Sempre fui uma pessoa, digamos, bastante divagadora. Penso demais. Penso em tudo, em mim, nos outros, no que os outros pensam de mim... Em suma, penso demasiado.
E é nestas minhas divagações mentais que dou por mim a pensar no conteúdo do meu carácter.
Cresci e fui educado segundo os valores da igreja e de uma família católica, aprendi a ser uma pessoa educada e respeitadora perante todos e em especial com as pessoas mais velhas, valores que ainda hoje mantenho. Foi-me ensinado também a perdoar, não guardar rancores e, como Jesus Cristo, dar a outra face. Estes foram os valores que me foram incutidos e que, racionalmente, considero bons e justos.
Mas (há sempre um mas)a realidade entre o meu "eu lógico e racional" e o meu "eu real e emotivo" é muito díspar. No dia-a-dia, sou facilmente irritável, sou rancoroso com certas pessoas e perante certas situações. Muitas vezes perco o meu auto-domínio e atropelo princípios básicos como respeito e boa educação. Rebaixo-me por vezes a um nível que não é o meu precisamente por pensar em demasia e tomar as coisas demasiado a peito.
Pergunto-me muitas o porquê de tal disparidade entre o "eu lógico e racional" que é o meu ideal de ser humano e o "eu real e emotivo" que é aquele que mais sobressai em mim. A resposta não é concreta e muito menos definitiva, simplesmente sou alguém que nasceu rodeado de problemas, numa sociedade egoísta, auto-destrutiva e cada vez mais desprovida de valores morais e éticos. Parece um cliché culpar a sociedade pelos males de um mas não é o caso. A quota parte de culpa da sociedade só vai até certo ponto, tudo o restante é culpa minha. Culpa por não ter força suficiente para impor os MEUS valores independentemente da sociedade e do ambiente que me rodeia, culpa por não ter força suficiente para não conseguir mudar e influenciar positivamente aqueles que me rodeiam.
Sendo que a perfeição não existe e seria utópico dizer que me pretendo tornar o reflexo dos meus valores e princípios, resta-me apenas tentar ser uma pessoa melhor todos os dias durante o tempo que cá ando.
A vida é tão efémera que só tem valor aquilo que tentamos fazer dela.
Cumprimentos,
Zé
segunda-feira, 19 de abril de 2010
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se calhar o erro as vezes é esse mesmo. o tentar ser alguem melhor.
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