sexta-feira, 23 de abril de 2010

fascinios de um português

Tenho por hábito dizer que português que é português tem obrigatoriamente que se queixar, seja do que for e porque razão for. Mesmo que na realidade não tenha nenhuma. ora vejamos:
O português queixa-se dos políticos que nos governam, mas votam neles.
O português queixa-se dos serviços de saúde, mas sempre que tem uma constipação entope o hospital.
O português queixa-se do desemprego, mas recusa ir trabalhar para aquilo que chama um trabalho inferior. Mesmo estando necessitado.
O português queixa-se do trânsito, mas vai para o trabalho de carro mesmo tendo transportes públicos mais baratos e mais rápidos.
O português queixa-se que somos o cu da Europa. Mas refila quando não lhes dão tolerância de ponto. Ou mete baixa para festejar o aniversário ou ir ver o Benfica.
O português queixa-se que somos o cu da Europa. Mas não perde uma oportunidade de mal-dizer o seu país. Mas é muito patriota! Afinal, canta o hino quando a selecção nacional joga...
E lista na parece-me não ter fim. No entanto, o português esquece-se que também contribui para aquilo que ele próprio se queixa. Esquece-se que tudo o que agora tem e que tanto se queixa é obra de muitos outros verdadeiros portugueses e que sem eles certamente teria muito mais razões para se queixar.
O português é a típica pessoa que se queixa de barriga cheia. Se se queixa por viver em Portugal... Imagino se vivesse no Darfur, provavelmente não conseguia porque estava ocupado demais a ser perseguido ou a ser morto. Ou se vivesse no Irão, provavelmente não se queixava porque não podia; Na China ou na Coreia do Norte, onde tens que te vestir com lantejoulas e pom-pons se não és contra o regime e és preso por isso.

Portanto português, continua a queixar-te. Pode ser que um dia queiras ter de volta aquilo a que agora tanta indignação te causa.


Cumprimentos,

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